quinta-feira, 16 de maio de 2024

A Poética Selvagem de Sérgio Medeiros




 Em 13 de julho de 2023 eu defendi minha tese de doutorado "A poética selvagem de Sérgio Medeiros" que vai buscar trazer para o leitor um pouco sobre desse poeta que alia uma simplicidade na apresentação e uma complexidade de compreensão, segue um pouco mais no resumo de minha tese:

O poeta Sérgio Medeiros é natural de Bela Vista, cidade de Mato Grosso do Sul, que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai. Suas obras evidenciam a cultura ameríndia[1] e questionam os limites entre humanos e não humanos, a partir de traços, palavras e imagens.[2] A poética de Sérgio Medeiros, mesmo com a possibilidade de ser lida à luz dos pressupostos postulados pela ecocrítica, apresenta aspectos singulares que vão além de uma leitura mais tradicional dessa corrente teórico-metodológica. Essa singularidade se constitui na conjunção que o poeta faz da tradição indígena, ecológica e ambiental a experimentalismos formais, como a escrita assêmica, a fim de tensionar categorias como humano, animal e vegetal. Uma obra povoada por muitos seres e espécies diversos, enfim, cruzamentos que permitem orientações conceituais em muitas direções. Para esta pesquisa, vamos nos valer dos estudos da ecocrítica, do pensamento vegetal, do animismo, do perspectivismo ameríndio e da sabedoria de povos originários para partilhar conosco a leitura da poética visual de Sérgio Medeiros. Interessa-nos as produções em livros físicos, bem como as realizadas no blog do poeta


[1] Utilizei, no decorrer da Tese, a denominação ameríndio(a) por dialogar com as proposições teóricas de Viveiros de Castro, que faz uso de tal terminologia, embora esteja ciente de que alguns teóricos entendem que esse termo não é o mais apropriado para discutir as questões ligadas aos povos originários, tanto que alguns optam por usar perspectivismo indígena.

[2] A capa desta tese é o poema visual de Sérgio Medeiros – “A Memória das folhas”. Nossa inspiração se deu a partir do número 31 da revista Criação & Crítica da USP, que traz a obra de Sérgio Medeiros – “Massa nebulosa: homenagem a L. Wittgenstein.” A capa da revista poder ser acessada em: https://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/issue/archive.


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